Mirtilo

Essa receita aqui é especial, partiu de uma super descoberta que fiz por acaso: mirtilos batidos com água e deixado em repouso vira gelatina! Essa historinha eu contei aqui nessa outra receita.

E o bacana foi observar a versatilidade dessa gelatina natural: batida com um bocadinho de açucar fica ótima em sobremesas, e batida apenas com água e posteriormente temperada com azeite e sal como fiz aqui, fica um coringão para saladas e outros preparos salgados. Hummmm já imaginou uma sopa que a gente finaliza com bolinhas de gelatina natural de mirtilos, que vão se dissolvendo no calor enquanto a gente come? Ideias é que não faltam!

Além da gelatina natural de mirtilos que desta vez fiz em forminhas de gelo (ficaram fofas!!!), acrescentei verdes, figos, cebola roxa e a versão em passa do mirtilo, que eu adoro e nunca falta aqui em casa.

A emulsão eu fiz com um vinagre de champagne, bem delicado, ficou perfeito. Mas também fica ótima com balsâmico, vinagre de vinho tinto e com limão. Use o que gostar mais e o que tiver disponível.

– Ingredientes – 2 porções

· 150 g de mirtilos batidos com 1 cálice de água e disposto em forminhas de gelo até formar a gelatina natural de mirtilo.

· 2 porções de verdes (usei rucula, alfaces, radiccio e agrião)

· 2 figos

· 1/2 cebola roxa

· 3 colheres (sopa) de mirtilo em passa

· 1 colher (sopa) de vinagre de champagne

· 4 colheres (sopa) de azeite extra virgem

· sal e pimenta do reino à gosto

– Modo de fazer

Lágrimas nos olhos de cortar cebola
Comece cortando a cebola: parta-a ao meio e a partir da meia rodela faça 2 cortes acompanhando o sentido dos gomos então lamine.

Figos
Corte os figos em gomos.

Emulsão
Prepare a emulsão: dissolva o sal no vinagre e adicione o azeite aos poucos batendo sem parar até formar um molho grosso e brilhante.

(quer aprender tudo sobre vinagretes e emulsões? tem post aqui só sobre isso!)

– Montagem da salada

A montagem é bem simples: comece com as gelatinas de mirtilo, regue cada uma delas com azeite e polvilhe de sal (usei esse lindo sal vermelho havaiano prá combinar!).
Disponha os gomos de figo e sobre eles as folhas verdes.

Harmoniza com…

Marina em férias!
Marinit’s entregou a tese, arrumou as malas e foi de férias com a família pra Londres, e justo hoje vai se encontrar com a querida Maria e Bruno no ap mais querido da cidade. Estou morta de inveja. Confesso. Vontade de me teletransportar. E só de vingancinha, decidi harmonizar eu mesma o post hoje no lugar da Má! rsrsrsrs

Para beber por Marcelo Pedro
Esta salada, super apetitosa, apesar de leve é bastante completa. Como entrada, vale como um primeiro prato. Por ser uma salada com frutas, figo, mrtilo, além do vinagre de champanhe, a harmonização que vem a mente é por semelhança. Portanto, minha sugestão é um espumante feito pelo método tradicional, ou champenoise, onde a 2a. fermentação ocorre na garrafa. É esta segunda fermentação na garrafa é que proporciona a gaseificação natural.

Os espumantes são classificados de acordo com a quantidade de açúcar residual. Os mais secos são os espumantes brut e extra brut, enquanto os mais doces são o demi sec e o doux Para a salada, prefiro os secos, pois o maior teor de açúcar seria mais adequado para acompanhar uma sobremesa com frutas.

Como já escrevi antes, champagne só pode assim ser chamado se for produzido na região de champagne na França. Apenas 3 variedades de uvas são utilizadas na região de champagne: Chardonnay, Pinot noir e Pinot meunier, com predomínio da primeira. Infelizmente, as boas champagnes são caras.
Mas para nossa alegria, os espumantes produzidos no Brasil tem uma relação custo/benefício muito boa. Muitos espumantes brasileiros produzidos pelo método champenoise tradicional tem sido premiados mundo afora.
Um dos produtores brasileiros que mais aprecio é a Casa Valduga. Ela produz espumantes pelo método tradicional, apenas com uvas chardonnay e pinot noir. São 3 linhas, a Arte Tradicional, Reserva e Gran Reserva que se diferenciam pelo tempo de envelhecimento, que vai de 12, 25 até 60 meses. Apresentam perlage, ou seja, bolhinhas, fina e persistente e aromas e sabores bastante mais complexos quanto maior o tempo de envelhecimento.
E pra quem acha que espumante serve apenas como aperitivo, ou para ser servido em cocktails, fique sabendo que na região de champagne, o espumante pode acompanhar refeições. É tão complexo quanto outros bons vinhos.

Saúde, ou à votre santé!

– Para ouvir, hoje por Leticia Massula

E a harmonização já veio impressa nas fotos e até antes delas, estava impregnada no feitio da receita.

Enquanto cortava cebola em meia rodela, com dois cortes transversais, cantarolava pra Flavita Você não entende nada, do Caetano. É verdade que é um clássico (na minha cabeça) para o ato de cortar cebolas, vem na hora, como se alguém ligasse um botão. Assim como Over and Over do Hot Chip é clássico de lavar louça e Samba Italiano do Adoniran clássico de fazer polenta.

Mas é que Você não entende nada vai mais fundo, a gente aproveita as lágrimas de cebola e faz uma quase catarse e quer mesmo é ir embora e tocar fogo nesse apartamento…
Tem várias versões desse clássico, muita gente já gravou (o dueto com o Chico emendando com Cotidiano emociona!), mas essa aqui é sensa, ao vivo direto de Lisboa com o Caetano magrelo e cabeludo!

Prá quem como eu que chora com cebola e quer mesmo é correr mundo e perigo! 🙂

(mas sempre quero que você venha comigo!)