A minha Chiavenna

Apesar de ter sido uma viagem, de maneira geral, muito corrida, o meu primeiro dia em Chiavenna me proporcionou muita paz, curiosidades e descobertas. Cheguei numa segunda-feira em torno de 11 horas, vinda de Milão e me deparei com uma cidade pequena e calma. Para quem vive na correria de São Paulo, sempre ligada no trabalho, a cidade me pareceu um oásis para desligar e curtir um pouco. Ok, aula de controle de ansiedade: meu celular não pegava e cheguei na hora da siesta, o sonnellino, portanto tudo fechado. Sou forçada a entender que a vida não tem que ser tão corrida e histérica, pelo menos até o termino da siesta e a compra de um novo chip de celular!

Resolvi caminhar pela cidade, sem rumo e ir descobrindo aos poucos o que me aguardava, sem mapas, sem dicas, sem falar com ninguém. Andando pelas ruas estreitas e vazias, fui parar na paróquia de San Lorenzo, patrono da cidade. De lá, avistei os Alpes, imponentes. A bela arquitetura do Museu do Colegiado, com os vários arcos harmoniosos e a torre com seus sinos. Dali escutei as badaladas do meio dia, mas a siesta ainda estava longe de terminar… E aproveitei para tirar mais uma foto para a minha coleção de portas. Não me pergunte por quê, só sei que adoro portas.

Continuei caminhando e o único barulho era o da água que descia forte dos alpes e cruzava a cidade com um verde claro lindo.

Ok, a cidade acordou e eu conheci a Paola, dona da loja de decoração L’Angolo di Paola. Nesta altura do campeonato, eu já tinha comprado um chip e estava totalmente de volta à ativa… Trabalho, trabalho, trabalho. Mas a Paola, dona de uma personalidade ímpar, me tirou de novo da velha rotina e me encantou contando sobre uma fábrica de porcelanas de um vilarejo próximo, super antiga. Depois que paguei, achei que tivesse perdido o celular e a cena toda valeu um curta metragem muito italiano, já que aquele quarteirão da cidade parou para me ajudar a procurá-lo. Felizmente todo mundo achou graça quando, depois de já ter olhado por todos os cantos da rua, revirado (literalmente) a bolsa do avesso, encontrei o celular na manga do casaco! Episódio resolvido, compra feita, lição aprendida e voltei a olhar meus emails freneticamente, sempre caminhando.

Um cheiro delicioso de frutas e queijos me fez parar novamente e aproveitar as micro férias…. e eis que conheço o Signore Bedognetti, dono de uma loja de alimentos fundada em 1940 e que produz queijos e bresaola caseira, que leva o seu nome. Detalhe: Chiavenna é considerada a capital da bresaola. Além de sentir um orgulho imenso pela qualidade impecável de seus infinitos produtos e o selo de “Loja de importância regional histórica” ele também tem orgulho de sua clientela refinada. Ao saber que sou brasileira, me pergunta se conheço Ana Maria Braga e explico que é praticamente impossível um brasileiro não conhecê-la. Mas com todo respeito a Ana Maria, o melhor mesmo foi ver a foto de George Clooney, e saber que ele é um cliente fiel! O Senhor Bedognetti me contou que da última vez ele foi de moto. Não se enganem, o que mais me encantou foi a comida, porque amo comer, mas fiquei imaginado qual deve ser a sensação de estar escolhendo suas compras entre tantas comidas boas e um atendimento delicioso e na saída se deparar com o garoto propaganda do café espresso! Para quem se perguntou porque George foi parar em Chiavenna, explico: a cidade fica a 45 minutos do Lago Como, onde ele tem duas vilas, minha próxima parada.

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AMEI as dicas!!!! <3 já está na minha lista!

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