5 dicas para ser um expatriado feliz e realizado

Cada vez mais vejo amigas, amigos, irmãos, primos etc indo morar no exterior por vários motivos (pessoais, profissionais, ou ambos), e sei, por experiência própria, que esse é um novo mundo repleto de possibilidades maravilhosas, mas que às vezes podem também se transformar em frustrações. Por isso, adorei o texto da Paola Siviero, e resolvi publicar aqui no Achados para inspirar você, que sonha com isso e quer fazer planos, recebeu uma proposta de emprego para morar fora, vai acompanhar o marido (esposa, namorado, amor…), ou está apenas ensaiando para tomar coragem. 😉

Então, anote essas dicas e aproveite ao máximo a sua experiência:

5 dicas para ser um expatriado feliz e realizado —

É cada vez mais comum ver casais deixando a rotina para trás e escolhendo a incrível experiência de morar em outro país. Aconteceu comigo, aconteceu com alguns amigos e amigas, e nessa jornada tenho conhecido muitos casais e famílias que se aventuraram e mergulharam de cabeça nessa proposta.

Há de tudo: um funcionário bem sucedido em uma multinacional que é convidado para ficar fora por alguns anos, um casal que decidiu jogar a estabilidade para o alto e conhecer outras culturas, uma família que está nessa vida de pula-pula há mais de uma década, uma mulher brasileira que decidiu morar no país do companheiro estrangeiro para ver no que dá, e por aí vai. Cada um seguindo seu objetivo pessoal e/ou profissional.

Vou abordar o caso mais clássico. O homem ou a mulher recebe uma proposta da empresa para trabalhar fora. Para o “expatriado”, as vantagens são muito bem conhecidas: experiência internacional, networking, visibilidade dentro da empresa, e milhares de outras. Mas e para o “companheiro”, que deixa tudo para trás?

Esse texto é para você, que está disposto a mudar radicalmente de vida para acompanhar o outro. Vou compartilhar um pouco do que vivi e vi.
O primeiro passo é entrar em um acordo sobre morar fora, e quais são os países aceitáveis nesse caso. Digo aceitáveis porque há pessoas que só vão se for ali, na América Latina, não muito longe. Outros que só vão se for Estados Unidos ou Europa. Outros que sonham em conhecer a Ásia, que querem muito aprender mandarim. E aqueles que topam qualquer coisa desde que não seja a Venezuela. Fale agora ou cale-se para sempre, esse é o momento de dizer que a oportunidade profissional do outro parece ótima, mas que você não será feliz longe da sua mãe.

Essa decisão tem que ser dos dois, ou até mesmo os relacionamentos mais perfeitos podem ser abalados.

Mas vamos supor que vocês estejam felizes com o local onde vão morar e não veem a hora de entrar no avião. Você vai morar em Paris, e já se imagina nos cafés, caminhando contente com a baguete embaixo do braço. E quando chega fica frustrado, não conhece ninguém, não entende uma palavra do que esse povo fala e a torre Eiffel nem parece mais tão bonita assim.

Eu vi companheiros de expatriados deprimidos, sem saber ao certo o que fazer da vida. Mas, a boa notícia: Vi pessoas extremamente felizes, que se adaptaram muito bem, algumas que nem querem voltar mais para o Brasil.

E aí embaixo estão cinco hábitos comuns dessas pessoas.

– Aprenda a língua
Se o seu inglês está meio enferrujado, comece a estudar, pois entre os expatriados essa é normalmente a língua utilizada. Se vocês forem para algum país onde a população não fala inglês, tente aprender pelo menos o básico da língua local. Vai te ajudar em coisas básicas como pegar um táxi, fazer compras, até possibilitar a aproximação com os locais e quem sabe descolar um emprego.

– Faça planos para você
O que você gostaria de fazer enquanto estiverem fora? Se for trabalhar em empresas, olhe no Linkedin e outros sites de empregos o que é requisitado para os cargos que gostaria assumir e o número de vagas oferecidas, assim fica mais fácil gerenciar as expectativas. Se quiser fazer algum curso, comece a procurar antes mesmo de sair do Brasil, entre em contato e entenda a documentação necessária. Fique de olho nas inscrições e lembre-se de que em alguns países o ano letivo começa em agosto.

Às vezes nenhuma dessas opções é viável por motivos diversos – visto, dinheiro, tempo, mercado de trabalho, língua, etc. Se for o caso, quem sabe agora não é o momento de tirar do papel aquele projeto especial? Fazer um blog, desenhar o projeto para a empresa própria, fazer trabalhos voluntários, aprender mais sobre fotografia, e eu poderia escrever mais duas páginas de possibilidades. Conheci uma portuguesa que está aprendendo a fabricar joias. Ou talvez você queria focar na educação dos seus filhos, ou simplesmente tirar um tempo para curtir a vida! Seja qual for sua escolha, escolha. Faça algo que te deixe de bem com a vida pela qual vocês optaram.

– Faça amigos
Pode parecer óbvio, mas às vezes não é tão fácil dependendo do país onde estiverem. Normalmente há comunidades nas redes sociais de expatriados, e às vezes até mesmo de brasileiros. Ou tem aquele amigo do primo do seu cunhado que mora nessa mesma cidade. Não tenha medo, entre em contato com essas pessoas! Quem vem de fora e já mora há algum tempo ali vai saber indicar quais são as principais dificuldades, problemas, e quais são as coisas boas. Qual é o bairro dos bons restaurantes, ou onde dá para comprar picanha, ou qual é a melhor companhia aérea para viajar pela região. No geral, os expatriados se aglomeram e formam esse sistema de ajuda mútua.

– Pare de comparar tudo com o Brasil
É difícil. Bem difícil. Na Europa tudo é caro, não dá para sair todo final de semana para jantar, as pessoas são frias, e o inverno nem se fala. No Brasil não. Na Ásia as pessoas são muito invasivas, falam com você até no elevador, não tem transporte público de qualidade, tem que tomar cuidado para não pegar uma intoxicação alimentar. No Brasil não. No Brasil é tudo ótimo. Até você voltar para São Paulo e começar a dizer que na Europa é tudo limpo e o metrô é ótimo, e na Ásia é tudo barato e as pessoas são mais prestativas.

Cuidado, pois as pessoas locais podem se ofender com algumas críticas. Se você está no país deles, a população espera que você se adapte à cultura local, não o contrário. Cada lugar é um lugar, com seus defeitos e qualidades, e se você começar a comparar cada detalhe não vai ser feliz em lugar nenhum.

– Tenha coragem
Quando estamos fora da nossa zona de conforto tudo é mais difícil. Até comprar pão. Até sair para dar uma volta na rua. Até pegar o telefone para pedir o galão de água. Mas é saindo da toca que aprendemos como funciona aquela cultura, é tentando falar a língua que aprendemos de verdade, é se perdendo no metrô que ficamos craques no transporte depois de algumas semanas. Não tenha medo. Saia do Skype e do Facebook. Há um mundo de coisas maravilhosas lá fora.

Paola é brasileira e vive atualmente na Indonésia. É engenheira de alimentos com experiência em Marketing, mas no momento corre atrás de seu grande sonho: tornar-se escritora.

2 comentários COMENTE TAMBÉM

Adorei as dicas Paola! Texto gostoso de ler, transmite segurança e vivência verdadeira.
As dicas valem também para viver aqui na pátria.

Adorei o texto! Eu nao sou examanente uma “expatriada” porem hj em dia nao tenho mais patria.. rsrsrsrs Trabalho a bordo de navios transatlanticos fazem 8 anos, venho para o Brasil de ferias cerca de 2 meses por ano, e por incrivel que pareca, por mais estranho que seja, eu nao me vejo morando em “terras brasileiras” de vez… apesar de trabalhar 13 horas por dia, todo dia a bordo, quando eu chego aqui no interior de SP onde moro fico um pouco deprimida, e eu me sinto como se estivesse indo para outro mundo, tendo que “aprender a lingua novamente”, “sair da toca para comprar pao’, esse tipo de coisa…comigo acontece o inverso! rsrsrsrs

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