De mulheres para mulheres: moda, comportamento e estilo de vida sustentável no Modefica Offline 2016

Conversamos com Marina Colerato, editora-chefe do Modefica. sobre seu dia a dia à frente do site e os desafios da segunda edição do Modefica Offline, evento com discussões, workshops e mercado que acontece nesse fim de semana em São Paulo. As rodas de conversa terão temas como feminismo, empreendedorismo, arte, ativismo e comportamento. Serei mediadora em um bate-papo sobre transtornos alimentares (veja todas as participantes aqui).

Leia abaixo a entrevista com a Marina:

Como é a sua rotina de trabalho no Modefica?
A rotina básica envolve checar emails, decidir e produzir conteúdos escritos para o site, além de organizar ações que sejam capazes de levar nossa mensagem para mais pessoas. Também cuido do Modefica Negócios, um braço que produz conteúdo especializado dentro do nosso universo para sites, blogs e ações especiais (como ebooks) para marcas e dá suporte a novas e pequenas empresas que querem usar a moda como ferramenta de transformação social e ambiental positiva.


Essa é a segunda edição do Modefica Offline. A anterior foi muito bem sucedida. O que podemos esperar de diferente em 2016?
Esse ano organizamos melhor as rodas de conversa e também temos temas mais diversos. São cerca de 5 participantes em cada mesa, sendo uma mediadora. Dessa maneira, conseguimos promover melhor a troca entre todos os presentes. Também organizamos workshops para incentivar as pessoas a colocarem a mão na massa e entenderam como produzir coisas é complexo, leva tempo e exige habilidades.

Os workshops giram em torno dos fazeres têxteis como bordado, tear, tricô e crochê. Quando entramos em contato com fios, linhas e tramas, nos conectamos melhor com o processo e damos mais valor à peça pronta.

Aproveitamos o conceito de galeria do Aldeia, espaço onde vai rolar essa segunda edição, e armamos uma exposição de experimentação têxtil, com peças à venda para quem se interessar.


Como as participantes são escolhidas?

Nós sempre olhamos para quem está perto de nós e tem conhecimento sobre os temas que queremos abordar. Se vamos falar de ativismo, olhamos para quem está mais perto e afinado com o Modefica e cuja experiência acrescenta no debate. Nos questionamos: quem são as ativistas mais reconhecidas hoje e que têm bagagem para falar sobre isso? Às vezes vamos mais longe do nosso universo. Por exemplo, esse ano fomos até à academia e chamamos professoras e pesquisadoras de universidades do país para falarem sobre a relação da arte e do feminismo.

Qual o maior desafio de organizar um evento independente?
Como o evento é independente, a grana é nosso maior desafio. Equilibrar entradas e saídas é realmente coisa para malabarista profissional! Risos.

A grande indústria parece cada vez mais interessada na chamada “onda verde”. Como devemos nos proteger, como consumidores, dessa apropriação indevida por parte das grandes marcas?
Pois é. Não só na “onda verde”, mas também na onda dos movimentos sociais como o feminismo. Estava vendo um vídeo da youtuber Nátaly Neri, que vai participar do evento esse ano, e o tema era exatamente esse. Eu acredito que nunca podemos deixar de sermos críticos. Toda ação de marca precisa ser olhada com muita atenção e cautela, entender o que uma marca faz de bom versus os impactos que ela causa e ver se a conta chega perto de fechar. Não é desdenhar ou desconfiar, afinal, a intenção real não é segredo: conquistar consumidores. Mas nós não podemos nos deixar conquistar tão facilmente.

* * *

Aqui você conhece mais sobre as marcas que estarão por lá.

Confira a programação e a página do evento no Facebook.

Crédito da arte: Cinthia Santana